Houve uma época em que havia uma diferença significativa entre efeitos visuais para TV e para cinema. Na primeira versão de Saramandaia, em 1976, o vôo de João Gibão foi apenas sugerido, com imagens em plano fechado. Não havia dinheiro ou tecnologia disponível. Nós só acreditaríamos que um homem pode voar dois anos depois, com Christopher Reeve. Já na versão de 2013, o resultado ficou completamente diferente.
A Rede Globo sempre investiu em efeitos visuais (efeitos especiais são efeitos práticos, como fogo e tiros), mas só recentemente atingiram o mesmo patamar da TV americana. Hoje o que fazem lá, fazemos aqui, e a beleza é que o espectador não percebe. Fora as cenas mais explícitas, como os mini-Gólluns em Supermax e as obras de realismo fantástico, muita coisa passa batida, como cenários ampliados, chromakeys e até dublês virtuais.
E se você acha que estou exagerando, veja esta caravela que fizeram para a novela Novo Mundo:
Globo — Novo Mundo: conheça os efeitos visuais por trás das cenas
Durante a Autodesk University eu tive a oportunidade de bater um papo com Marcelo Cunha, Supervisor Executivo de Planejamento de Efeitos Visuais da Rede Globo. Ele contou um monte de coisas legais. O programa que mais usa efeitos visuais na Globo? Tá no Ar. Já fizeram dinossauros, adoraram parodiar a abertura de Game of Thrones e estão experimentando com rejuvenescimento de atores.
Eu perguntei se havia planos para transformar o Louro José em CGI, mas aquele papagaio é intocável. Já atores virtuais, não pensam nisso tão cedo. O povo não é bobo e não perdoaria a Globo a menos que o personagem ficasse absolutamente perfeito, e isso ninguém ainda conseguiu, mesmo com muito mais tempo e dinheiro, e não será uma novela diária com 180 capítulos que conseguirá. Simplesmente não há justificativa para esse investimento.
A entrevista completa você pode assistir no vídeo abaixo:
MeioBit Entrevista – Marcelo Cunha – Autodesk University 2017