Nova versão promete desempenho em dobro e menos consumo de RAM
Foram meses de desenvolvimento, testes e ajustes, mas o dia finalmente chegou: nesta terça-feira (14), a Mozilla lançou a versão final do Firefox 57, também chamada de Firefox Quantum. O uso de um nome especial já deixa claro que esta não é uma atualização simples: além de trazer interface renovada, o novo navegador promete menos consumo de RAM e mais velocidade.
É verdade que, independente do navegador, quase toda atualização vem com promessas ligadas ao desempenho. Só que, no caso do Firefox Quantum, as promessas não são vazias: muita gente que testou a versão beta da versão 57 (liberada em setembro) percebeu que o navegador está mesmo mais esperto no uso de memória RAM e no processamento.
Naturalmente, a primeira mudança que a gente percebe é a interface. Não poderia ser diferente: ela tem como base o Project Photon, que deixa o navegador com ar mais minimalista e, ao mesmo tempo, funcional.
Os efeitos dessa mudança são estes: as linhas arredondadas que por muito tempo foram padrão no Firefox cederam espaço para traços retos, os ícones agora têm alto contraste, os menus foram reorganizados, o campo de pesquisa foi integrado à barra de endereços (mas dá para trazê-lo de volta) e os efeitos de transição estão mais suaves. A integração com o Pocket está lá (o serviço foi comprado pela Mozilla no início do ano), assim como o modo de leitura.
Mas é no uso em si que o Firefox Quantum promete mostrar a que veio. Há algum tempo que a Mozilla destaca que a nova versão consome até 30% menos memória RAM do que o Chrome. Uma das razões para isso, de acordo com a organização, é o fato de o Firefox criar, desde a versão 54 (oficialmente), quatro processos (é possível aumentar esse número) e distribuir as abas abertas entre eles de modo otimizado. Já o Chrome, vale lembrar, cria um processo para cada aba.
Quanto ao desempenho geral, a Mozilla fala que o Firefox Quantum consegue ser até duas vezes mais rápido que o Firefox 52 (lançado no ano passado). Vários recursos explicam essa diferença. Um dos mais importantes é o Quantum CSS, novo motor de renderização de CSS desenvolvido com base na linguagem Rust.
O quesito segurança não foi esquecido. O Firefox 57 permite, por exemplo, que a proteção contra rastreamento (Tracking Protection) esteja sempre funcionando, não se limitando a abas privativas. Essa opção, porém, precisa ser ativada nas configurações do navegador.
Além de ajudar na privacidade e segurança, o Tracking Protection pode diminuir o tempo de carregamento da página em até 44% ao bloquear scripts e outros recursos usados para coleta de dados de navegação. Caso alguma página importante deixe de funcionar adequadamente por conta disso, é possível colocá-la em uma lista de exceções.
Mudanças tão expressivas costumam ter efeitos colaterais. Aqui não foi diferente. O Firefox tem um gigantesco ecossistema de extensões, mas milhares delas ainda não foram adequadas para as APIs WebExtensions, que são a base do Quantum. Isso significa que, ao migrar para a nova versão do navegador, muitas extensões podem simplesmente não funcionar. Mas é um problema a ser resolvido com o tempo. Por ora, dá para saber quais extensões são compatíveis aqui.
A versão final do Firefox 57 está disponível para Windows, Linux e macOS. Versões móveis estão sendo liberadas gradativamente.
Tenocast 070 — É o fim da guerra dos browsers?
Em um passado muito distante (pelo menos em anos de internet), um dos passatempos preferidos dos aficionados por tecnologia era testar vários navegadores diferentes. Assim, metade dos tópicos em fóruns de tecnologia eram de usuários enaltecendo os novos recursos do seu navegador predileto.
Mas, de acordo com Andreas Gal (ex-CTO da Mozilla), esses tempos ficaram para trás. O Chrome não só venceu, como é bem possível que todos os seus concorrentes estejam mortos em dois ou três anos (menos o Safari). Será? Discutimos o assunto no Tecnocast 070. Dá o play e vem com a gente!