Segurança cibernética como um hábito

Lucas Teixeira

Lucas Teixeira

Assim como a segurança em geral (no “mundo real”), para aprimorarmos o nosso nível de segurança, tranquilidade e conforto, devemos ter hábitos seguros.

Trancar a casa ao sair, olhar dos dois lados antes de atravessar a rua, carteira e celular no bolso da frente, dependendo do local e/ou do nível de maturidade que temos, não falar com estranhos.

Estes são apenas alguns dos hábitos que desenvolvemos desde criança, e que embora não possam garantir nossa segurança, é indiscutível que colaboram para manter o nível de segurança em um patamar aceitável.

E a ausência deles, embora também não garanta o fracasso, definitivamente nos expões ao risco.

Obviamente existem outros hábitos e recursos de segurança.

Há quem construa verdadeiras fortalezas com muros altos, cercas elétricas, fechaduras eletrônicas de última geração, sistemas de alarmes, câmeras e segurança privada.

Mas também há pessoas que deixam a chave embaixo do tapete do lado de fora da casa, vizinhos de porta que mantém a mesmas abertas ao longo do dia para melhor convivência entre as famílias, pessoas que dirigem sem cinto de segurança ou não fazem revisões periódicas em seus carros.

Na realidade, segurança se trata de uma relação de custo-benefício, porém também existem inúmeros casos em que não se consegue alcançar este equilíbrio.

Em um extremo o desperdício de dinheiro, com soluções redundantes ou exageradas, no outro a negligência, por não ter a segurança como uma prioridade, por falta de recursos, ou até mesmo por falta de informação.

No mundo virtual, não é nada diferente. Desde os hábitos simples, para o básico, até casos mais complexos onde há a necessidade de investimentos.

E da mesma maneira, há todo tipo de pessoas, com todo os tipos de hábitos, inclusive paranoicos e relaxados.

A segurança cibernética não deve prejudicar o uso dos recursos digitais.

Muitas pessoas e até mesmo empresas, perdem a paciência, se irritam e abrem mão de utilizar hábitos ou recursos de segurança, ou realizam implementações de soluções de segurança pela metade, devido à dificuldades na sua aplicação.

Neste caso, existe sim o fator cultural, pessoas que não compreendem os riscos e com isso não tem noção do porquê de tais recursos de segurança.

Mas também há a responsabilidade dos departamentos especializados, que precisam não somente impor as normas de segurança, mas também conscientizar os envolvidos, e implementar as soluções de maneira a não prejudicar o bom funcionamento do negócio.

Por outro lado, levando em consideração a sensibilidade dos dados envolvidos, ou até mesmo os transtornos que alguma violação ou perda poderá causar, a inclusão de hábitos seguros no cotidiano do uso de recursos digitais se torna extremamente recomendada.

  • O uso de senhas fortes (longa história, se interessar, podemos conversar sobre);
  • Senhas diferentes para cada site/serviço (já postei sobre isso, aqui);
  • Atenção e cuidado ao utilizar redes Wifi (também falei deste assunto aqui);
  • Backup! E um backup dele. Seja físico, virtual ou ambos. Vale a premissa de que quem tem um não tem nenhum e quem tem dois tem apenas um;
  • Não utilizar softwares piratas (além da questão ética e conformidade, não há garantias de que os softwares não foram maliciosamente modificados, entre outros riscos);
  • Não use o usuário “administrador/root”. O usuário com privilégios elevados, deverá ser usado apenas sobre demanda, e não para as tarefas do cotidiano. Isso pode fazer toda a diferença em caso de uma contaminação por malware ou um ataque cibernético. É um dos itens que eu julgo mais importantes e também um dos mais difíceis de se ver implementados, em usuários residenciais, e quem diria, por profisionais de TI.
  • Considerar investir em recursos de segurança (antivírus, firewall, e afins);
  • Considerar a utilização de criptografia em discos, arquivos, e-mails (como sempre, vai depender das suas necessidades);

Enfim, são infinitas as possibilidades que podem envolver hábitos seguros em ambientes virtuais. Os hábitos citados são alguns dos mais básicos e que talvez sejam mais fáceis de serem aplicados. E é provável que, estatisticamente sejam os que mais protegem usuários no dia a dia.

Com isso, recomendo fortemente, seja você um usuário básico de internet, um usuário avançado, um empresário ou até mesmo um profissional de que atua com tecnologia da informação, que periodicamente reavalie seus hábitos de segurança, tanto na sua vida pessoal quanto na sua vida profissional.

Vamos discutir sobre esse assunto? Gostaria de saber a sua opinião. Quais são os seus hábitos de segurança cibernética? Quais são as suas dificuldades?

#sinergiasecurity